domingo, 29 de maio de 2011

Entrelaçados

Vim aqui pra lhe dizer, com o mais emaranhado balé de entrelinhas, que teu eu me faz tão bem, tua calma me apazigua a alma, estar com você me faz feliz; e que ainda que me falte a luz, não me faltará amor a sentir por ti, pois é mais que posso ser, e derrama pra todo lado, espalha cinzas e gotas d'água por onde quer que passe, lava os olhos e as palmas curiosas, faz sentir na pele a potência das cigarras cantando; e trás no colo um jeito puro se ser, tão forte e insuperável, que não aceita contestação. Sou eu, e de verdade, disse ele pra mim - o Amor.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Um vermelho vivo, que morde e assombra.

O sol que me ilumina os caminhos todos os dias é capaz de mostrar as belezas que passam despercebidas aos meus olhos, me mostra tudo que minha alma por si só não consegue perceber, e ao mesmo tempo abre aspas pra que eu possa especular sobre a realidade das coisas que sinto. No entanto, quando me deparo com uma certa flor vermelha, diga-se de passagem - tem um nome, sinto que minha realidade se mistura aos meus mais profundos e escusos sonhos. É que eu perco a percepção sensorial dos apoios, e de repente o chão se foi, e se foi a realidade, os problemas empalideceram e as cortinas do desconhecido se abriram, sem muito esforço.
E digo a quem passar ' não sei do que se trata, e tenho medo de me preocupar'. Dizem por aí que se passar é porque nem era de verdade... e ainda no asfalto que sobra no canto, tem um resto de tinta branca, e um rabisco que diz : a como eu te amo...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Aquilo que me faz viver tão melhor.

A saber, do tempo que passo comigo mesmo só me recordo das horas mais bonitas, com a luz do sol pela fresta da telha... Um Doende dançando sobre o reflexo de uma colher de sopa iluminada pelo mesmo sol que vem do telhado.
O calendário lunar dentro do guarda-roupas dizendo aos sussurros que a sorte há de mudar. E os livros na gaveta têm uma poeira mágica, que não faz espirrar =)
Ainda aprendo a voar, e volto pra dizer como foi, te embrulho pra viagem e te levo também.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ainda que seja do contra, prefiro crer no meu sonar.


No passo que eu caminhava, um tanto escuro que eu respirava, algo veio e apertou-me a mão. Sorri feliz, pois me senti importante, e o não-ver era banal àquela hora. Mesmo em penumbra, teu toque suave, as vezes frígido ( quem se importa ), me levava onde eu achava que seria meu lugar, onde eu pensava que paravam pra não pensar... para não conversar e fazer do tempo, estagnação, migalha de pão e boa sorte pra todos.
E seguia o calor da sua mão, sem perceber que deixava alguma coisa pra trás.
Eu chegava ao teu lado onde não me dava mais aquela sensação de leveza, como que teu calor fosse se esvaindo, e indo para o lado oposto, me negava, mas acabava cedendo à tua guia.
Até que chegou o dia que, por acidente, deixei alguma coisa cair no chão... larguei da sua mão e voltei em busca de descobrir que seria tal coisa, por que me chamara atenção.
Como se teu calor tivesse mesmo sumindo, não mais senti tua distância. Soltara da tua mão, mas percebi que aquele calor que sentia ao teu toque não vinha de você. Vinha de mim.
O que eu deixava cair as vezes era meu sonar, e como por mágica ele voltava, e voltava, e gritava cada vez mais alto, só que de mais longe a cada vez.
Antes que fosse tarde resolvi que segurar na tua mão de olhos vendados era bom, mas não me manteria em plenitude por muito tempo.
Desde então passei a crer no meu sonido, e o sigo onde quer que esteja, ainda que me aponte o lado errado, ainda que seja do contra. Meu sonar é minha voz interior, minha intuição falando pelos cotovelos que seja. serei sempre fiel à ela.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


E eu tinha caminhado tanto, já me doíam os apoios de um tanto cruel. Foi quando parei e me perguntei pra onde estava indo, afinal.
observei que havia deixado pelo caminho um pedaço meu pra cada pessoa importante que passava por mim. Hoje olhei pro mesmo caminho que venho trilhando às cegas desde sabe-se lá quanto tempo, tentei contar no peito quantos pedaços havia, de bom grado, deixado pra traz... não fui capaz. E na verdade não importa. O que me doeu foi ver no chão alguns desses pedaços que dei. Haviam sido jogados fora.
Ainda há pouco tomei consciência de que estive sempre no caminho errado; Minha alma lembrou-se que existem outros caminhos a seguir, e decidi agora mesmo que ficar distribuindo meu coração por aí, nunca vai me tornar alguém melhor. Ainda hj resolvi que trilhando as sendas secretas da alma, me tornarei alguém melhor do que sou agora, pois nesse caminho não vou dar de cara com a ingratidão, nem com o abandono; serei recompensado a cada vez que der parte de mim.
Caminharei, a partir de hj, em direção ao engrandecimento do meu ser, que há tanto vem sofrendo por não aceitar seu próprio destino.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sobre oq me faz querer gritar...


Quando falo aos sussurros que todo silêncio está condenado à escuridão, sou repreendido. Hoje sei, pelas marcas na minha própria pele que cada palavra em vão é, senão,a confirmação do que disse antes; e assim sei, mais forte ainda, pelas feridas da minha própria alma, que o silêncio provocado pelo olhar desenfreado de dois olhos apaixonados, é sim o não-sonido abençoado. Que muitos já viveram é fato, mas digo do sei em pensamento, em sentimento, pois em verdade lhe digo, meu olhar nunca esteve de frente com saltitante silêncio. Ainda não sei o que fazer com os saltos que me rasgam o peito... vez por outra escrevo. É o que me cabe.
E tenho cultivado um amor belo, daqueles de filmes bregas, que cheiram a pipoca amanteigada, só pra te dar. Hei de ver nosso silêncio em teu olhar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

De quem passa, e fica.


Do quanto têm sido interessantes e valiosos nem chego perto de conseguir expressar, mas sei do que sinto a respeito do que vivi de um tempo pra cá depois que conheci algumas pessoas...
Sabe, conhecer gente é um tanto fácil, por que elas vêm e vão e coisa e tal. O pecado mora na indiferença, na falta de empatia por tanta gente que passa. Mas, nessas idas e vindas, sobra alguém; e ainda no meio dessas que ficam tem aquelas que mesmo no primeiro instante fazem tanta diferença, e provocam tanta mudança, tanto alvoroço e palpitação que merecem não menos que nosso amor por toda a vida, ainda que outros amores venham, e que outros tantos já se tenham ido.
Falo desses que passaram por mim e se foram, dos que ainda estão, dos que ainda virão e dos que por por algum motivo nunca vão passar na minha frente e ainda assim terão seu lugar em mim.
E mesmo que fale, fale, fale tanto, sobre quem quer que seja, minha frustração maior reside em não ser capaz de falar do que sinto por alguém que conheci há pouco, e que tem todo o meu ser pra si, e que desejo sempre ao meu lado. Sem nome e nem endereço, cor, estatura, idade ou sexo, é acima de tudo uma luz que eu olho de frente e não me cega, que inspira beleza e harmonia total com os meus sentidos, que completa meu sentido de existência, que faz dos minutos que passa comigo os melhores que já tive o prazer de viver.
Ainda que me faltem palavras, me sobram sensações pra descrever o que sinto, de fato, ao seu lado, quando penso, ou sequer ouço seu nome (ou milhares de apelidos). É um tanto capaz de tudo, de ser feliz ao meu lado, e ser livre comigo também.
E já que não inventaram outra palavra, outra expressão que seja, o mínimo que eu posso dizer é: Eu Te Amo. mesmo que me falte todo o resto, o teu amor vai sempre estar em mim.