sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ainda que seja do contra, prefiro crer no meu sonar.


No passo que eu caminhava, um tanto escuro que eu respirava, algo veio e apertou-me a mão. Sorri feliz, pois me senti importante, e o não-ver era banal àquela hora. Mesmo em penumbra, teu toque suave, as vezes frígido ( quem se importa ), me levava onde eu achava que seria meu lugar, onde eu pensava que paravam pra não pensar... para não conversar e fazer do tempo, estagnação, migalha de pão e boa sorte pra todos.
E seguia o calor da sua mão, sem perceber que deixava alguma coisa pra trás.
Eu chegava ao teu lado onde não me dava mais aquela sensação de leveza, como que teu calor fosse se esvaindo, e indo para o lado oposto, me negava, mas acabava cedendo à tua guia.
Até que chegou o dia que, por acidente, deixei alguma coisa cair no chão... larguei da sua mão e voltei em busca de descobrir que seria tal coisa, por que me chamara atenção.
Como se teu calor tivesse mesmo sumindo, não mais senti tua distância. Soltara da tua mão, mas percebi que aquele calor que sentia ao teu toque não vinha de você. Vinha de mim.
O que eu deixava cair as vezes era meu sonar, e como por mágica ele voltava, e voltava, e gritava cada vez mais alto, só que de mais longe a cada vez.
Antes que fosse tarde resolvi que segurar na tua mão de olhos vendados era bom, mas não me manteria em plenitude por muito tempo.
Desde então passei a crer no meu sonido, e o sigo onde quer que esteja, ainda que me aponte o lado errado, ainda que seja do contra. Meu sonar é minha voz interior, minha intuição falando pelos cotovelos que seja. serei sempre fiel à ela.

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